terça-feira, 13 de setembro de 2011

Afinidade

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 Artur da Távola
 
  Não é o mais brilhante,
  mas é o mais sútil,
  delicado e penetrante dos sentimentos.
  Não importa o tempo, a ausência,
  os adiantamentos, a distância, as impossibilidades.
  Quando há AFINIDADE,
  qualquer reencontro retoma a relação,
  o diálogo, a conversa,
  o afeto, no exato ponto
  de onde foi interrompido.
  
  AFINIDADE é não haver
  tempo mediante a vida.
  É a vitória do adivinhado sobre o real,
  do subjetivo sobre o objetivo,
  do permanente sobre o passageiro,
  do básico sobre o superficial.
  
  Ter AFINIDADE é muito raro,
  mas quando ela existe,
  não precisa de códigos
  verbais para se manifestar.
  Ela existia antes do conhecimento,
  irradia durante e permanece depois que as
  pessoas deixam de estar juntas.
  
  AFINIDADE é ficar longe,
  pensando parecido a
  respeito dos mesmos fatos que
  impressionam, comovem, sensibilizam.
  
  AFINIDADE é receber o que vem
  de dentro com uma aceitação
  anterior ao entendimento.
  
  AFINIDADE é sentir com...
  Nem sentir contra, sem sentir para...
  Sentir com e não ter necessidade de
  explicação do que está sentindo.
  É olhar e perceber.
  
  AFINIDADE é um sentimento singular,
  discreto e independente.
  Pode existir a quilômetros de distância,
  mas é adivinhado na maneira de falar,
  de escrever,
  de andar,
  de respirar.....
  
  AFINIDADE é retomar a relação no tempo em que parou. Porque ele (tempo) e ela (separação)
  nunca existiram. Foi apenas a oportunidade dada (tirada) pelo tempo para que a maturação
  pudesse ocorrer e que cada pessoa pudesse ser cada vez mais. `

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