O pesquisador do instituto Jorge Abrahão considera a defasagem de ensino é "um dos problemas mais sérios" da formação escolar. Em todo o País, 87,6% dos alunos concluem a quarta série do ensino fundamental, mas a taxa cai para 53,8% na conclusão da oitava série.
Mesmo no Sul do País, que tem a maior taxa de alunos no ensino fundamental até a quarta série, 95%, vê o indicador cair para cerca de 70% na oitava série. "De cada 100, 95 terminam a quarta série, mas só 70 terminam a metade; 25 ficam na metade (do caminho). Ou o estudante foi reprovado e ficou para trás ou evadiu e não volta mais (para a escola)".
No Nordeste do Brasil, a taxa de estudantes na escola até a quarta série chega a 79,4%, mas cai para apenas 38,7% quando se chega à oitava série. No Norte, o índice cai de 81% para 40,5%, no Sudeste, passa de 94,5% para 66,6%, e no Centro-Oeste, de 88,9% para 54,2%.
Quando se avalia o índice de adequação, ou seja, a idade adequada ao ano de escolaridade, os percentuais apresentam queda à medida que a idade aumenta. Na faixa etária dos 9 anos, todas as regiões do Brasil apresentam um índice de adequação de pelo menos 80%. Quando se chega aos 16 anos, no entanto, a média nacional cai para 60%. No Nordeste, chega a 40%.
"Além de ainda haver uma porcentagem residual de crianças e jovens fora da escola, entre os matriculados há os que não aprendem ou progridem lentamente, repetem o ano e acabam abandonando os estudos", diz a pesquisa do Ipea.
Os fatores que contribuem para a dificuldade de permanência do estudante na escola estão relacionados, segundo o instituto, à qualidade do ensino, à gestão das escolas e às desigualdades sociais dos próprios alunos e de suas famílias.
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